segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Faça um favor a você

Coloque uma boa música 

Respire bem fundo 

E inspire muita coragem 

Prepare a sua bagagem, mas só leve o que for necessário 

Esteja disposto a deixar algumas coisas de lado 

Porquê, ao contrário, 

Você nunca vai sentir a chuva de verão sobre você 

 Ou ver, de novo, o nascer do sol


Abaixe o vidro do carro 

E se estiver a pé, mantenha a cabeça no alto 

Porquê é tão fácil, a gente, de novo, se perder 

Perder a viagem 

Ou se prender 


Ah, e faça um favor a você

Aproveite a viagem

Curta a paisagem

E seja onde estiver, em tudo veja beleza

E da cereja do bolo, não esqueça

De aproveitar o restinho, até não mais poder


Ah, e faça um favor a você

Não deixe de ser quem você é

E gostar de fazer as coisas que importam a você

Sem aquele velho peso de se limitar ou agradar

Afinal, ninguém pode ser o seu sol

Esse cargo é de apenas Um

Que já morreu e reviveu antes mesmo de você


Ah, e faça um favor a você

Dê asas a sua imaginação

Não segure o que você aprendeu

Nem retenha os dons que recebeu

E também não tenha medo de errar

Ou criar

Ou recomeçar

Nem se torne refém da falta de perdão ou pequenas pedras que vierem até você


Mas viva

A liberdade que já foi dada a você

E isso há muitos anos atrás

Num madeiro vazio, que prova

Que esta é uma verdade

Que já pode ser vivida

Por você


E falando em vida

Viva uma vida que desfrute do verdadeiro Amor

Que agrade seu Criador

E aprenda com quem desenvolveu o conceito de viver


Ah, e faça um último favor a você

Não esqueça do que realmente vale a pena viver

Não perca o vento que sopra lá fora

Ou a música que a sua família está dançando na sala

Aquele cafézinho com bolo na casa da sua Avó

As noites de boas risadas com seus amigos

Ou horas a dentro de conversa boa com seu amor

A vida passa como um sopro

E tudo vai tão rápido, que você nem vê


Então aproveite o seu caminho

Enquanto busca uma vida melhor

Só não se esqueça que nessa caminhada você não está sozinho

E que tem coisas que não dependem de você


Só procure viver bem a vida

De Quem morreu pra dar esse presente

A você




“Então entendi que nesta vida tudo o que a pessoa pode fazer é procurar ser feliz e viver o melhor que puder” - Eclesiastes 3:12



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domingo, 11 de outubro de 2020

A história da Poesia

Uma caneta

Um papel

Uma noite a dentro

E um infinito de possibilidades.


Para acompanhar: uma boa música, por favor!

De preferência, alguma que seja leve

De melodia solta, livre

Mas de letra profunda, pretenciosa. É claro


Pronto! Agora podemos começar

Ah, não! Espere um pouco

Antes de tudo

Uma alma cansada

Cheia de pensamentos e dúvidas para expressar

Uma dose de coragem, para se vulnerabilizar 

Nada de script

E uma mão, que mesmo sem saber o que escrever, aceite percorrer com liberdade e sem hesitar


Agora sim! Podemos começar!

Parágrafo

Letra Maiúscula

Aspas

Texto


Fecha aspas

Ponto final

Suspiro


Alma leve

Coração pulsante - quase explodindo, pra ser mais exata

Mão satisfeita

Papel cheio

E enfim

Poesia pra contar.






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quarta-feira, 7 de outubro de 2020

O silêncio

Chove lá fora.

A janela está aberta. É possível ver os raios percorrerem o céu até tocarem o solo.

O barulho dos trovões ao longe. As águas da chuva correndo pelas ruas, sendo cortadas pelos pneus dos carros. Estes, que passam depressa. Com pressa de enfim repousarem em suas casas.

Mas o vento é o que importa. Prestem atenção. Mesmo aqui de dentro, com a cama perto da janela é possível senti-lo. A brisa de uma noite chuvosa, mas que expressa o calor de um longo dia. 

Vento este, que se esforça para passar por entre o estreito vão que separa os vidros da janela. E passa. E ultrapassa. E toca suavemente a pele, o rosto, os braços. Faz mexer os leves e frágeis fios dos cabelos e, com ele, traz uma paz inexplicável.

O silêncio aqui de dentro permite ouvir o sussurrar do vento lá fora. E Senti-lo aqui dentro. O som das poças de água nas ruas. O clarão do céu a cada raio. A tranquilidade de um começo de noite de paz, pós um dia de custosa agitação.

O silêncio, pouco a pouco, faz calar as vozes de preocupações e insatisfações por aqui. Sopra pra longe as mentiras e inseguranças aqui dentro. 

O Silêncio que porta certezas de um futuro de esperança e paz. Mas não só isso - de um presente acompanhado. E não de uma companhia qualquer. Uma amizade firme e sustentável. Uma paternidade segura pela definição do verbo de ação amor: certeiro e inabalável. Um noivado onde não existe quebra de alianças. Mas um significado tão mais profundo, que nem a eternidade conseguiu compreender.

O silêncio que ressignifica tudo. Traz verdades à memória, e cala os sentimentos. Traz convergência de caminhos e pensamentos. Cor e sabor aos dias. Descanso e aconchego às noites. E paz. Muita paz à alma e coração. 

Porque é quando tudo se cala, que ouve-se a Voz que realmente importa. E as coisas começam a voltar ao lugar. E tudo volta a fazer sentido. 

O relacionamento mais real. O sentido mais firme. As palavras que, ao cessarem, de repente, curam. E os ouvidos, que antes turbulentos, agora ouvem as boas aventuranças - porções da Vida, que realmente importam. E o que elas dizem? Que o Espírito fala. Que o Espírito quer ser ouvido.

Ouviram isso?!

Chegou a hora.

 Silenciem-se.



"Diz o Soberano, o Senhor, o Santo de Israel: "No arrependimento e no descanso está a salvação de vocês, na quietude e na confiança está a sua força [...]". - Isaías 30:15a


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quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

O verdadeiro "Felizes para sempre"




Anos atrás, eu descobri uma história de amor fora de série. Destas que daria um bom filme, sabe? Em que há um príncipe e uma plebeia. Aparentemente meio clichê e antiquado, eu sei. Porém, com muito mais realismo e atualidade do que qualquer outra história já contada. Só sabe quem lê. Por isso, vou te contar nos detalhes... 

"Há um príncipe, que vivia num reino distante e majestoso, onde há muita riqueza, pureza e lealdade. Enquanto uma plebeia vivia numa terra também longínqua, porém escura, perversa e fria. Muito fria. Apesar da distância, o Rei, Pai daquele Príncipe, viu que algo estava errado. Muito errado. Havia se perdido a comunhão entre aquele Reino em que moravam e a terra, na qual habitava a plebeia. Esta, que estava sempre confusa e solitária, vestida de trapos velhos e continuamente mergulhada na sua imensidão de caos e falta de pertencimento. Mas ela mal sabia que estava sendo observada. Aliás, que sempre havia sido observada por este Rei, mesmo que a aparente distância. 

Certo dia, algo diferente aconteceu. O Rei, movido de profunda compaixão e amor, havia programado uma data pelo qual iria acabar com a distância entre o reino e a terra, assim como com a solidão da plebeia, que finalmente se cessaria. 'Mas o que haveria de ser feito?'". 

Pausa. Antes de prosseguirmos, é necessário voltarmos tempos atrás, onde tudo realmente começou. 

"Antes daquela terra existir, aquele Rei já existia, assim como o seu Reino. Foi quando, com a ajuda do Príncipe e de seu fiel amigo e Conselheiro do Rei, chamado O Consolador, criaram a terra e tudo o que nela há. Céu. Terra. Água. Ar. Assim como seres humanos" - a plebeia, do início da história. Que, na época, não era chamada assim. Antes de tudo, seu nome era filha do Rei. 

Pois bem. "Tempos se passaram e a filha do Rei (mais tarde chamada de plebeia) passou a governar a terra que o Rei criara, que era formosa e repleta de muita vida. Quando, num dia, a filha acabou se perdendo, se afastando da presença do Rei. E, na sua incoerência, acabou convencida de que podia caminhar só. Ouvindo seu próprio ego, ela decidiu abandonar o local onde morava, assim como também o seu relacionamento com o Rei. Desde então, passou a vagar sem rumo. Sem identidade. Solitária. Ela, que tinha tudo, acabou decidido viver por contra própria. Mas não sabia que seria tão difícil assim. Caminhava já cansada, ferida pelo caminho no qual decidiu prosseguir." 




E foi exatamente assim, até que chegou a data proposta pelo Rei. "Mas, o que poderia ser feito? A plebeia, de tão ferida e descrente, já não mais conseguia ouvir os gritos de amor do Rei. Seu coração estava gélido. Culposo. Teimoso em seu próprio definhar. Mas o Rei não podia se conformar. Ouvia, noite após noite, os soluços desesperados da plebeia. E isso lhe partia o coração. Mas como recuperar o relacionamento com ela? Como mostrá-la que ela merecia mais do que aquilo que estava vivendo? O relacionamento entre eles havia sido quebrado. E a plebeia estava presa em suas próprias desilusões. 'Reconquistá-la!'. Esta era a solução. 

Foi então que o Príncipe decidiu resgatá-la. Mesmo que esta não O quisesse ouvir. Mas para isso, Ele teria que ir até a terra, e enfrentar todas as dificuldades e amarguras de um ser humano comum. Ele decidiu abandonar tudo o que tinha. Seu reino. Sua coroa. Seus direitos. Para viver todas as consequências dos erros que a Plebeia deveria viver, pois ela vivia como escrava de suas próprias culpas e sofrimentos. Para conquistá-la, Ele precisava mostrar que a compreendia na pele. E, muito além disso, para libertá-la, ele teria de tomar as dores e erros dela sobre Ele. Custe o que custasse." 

E foi assim que aconteceu. "O Príncipe veio a terra. Mas sem cavalo branco. Sem servos. Sem nem se quer um lugar pelo qual poderia morar. Refugiado entre o próprio povo no qual nasceu. Humilhado. E muitas vezes solitário. Açoitado. Zombado. 'Este maltrapilho? Filho do Rei? Nunca!', diziam eles. 

Por 33 anos ele percorreu a terra buscando conquistar novamente o coração da plebeia. Se doava. Contava segredos do seu Reino. Mas o coração dela ainda estava muito duro. Desconfiado. Regrado de suas próprias certezas e achismos e envolto a sua própria escuridão interna. 

Mas o Príncipe não desistiu. Mas persistiu até o fim. E o seu amor desenfreado O levou a morte. Ele foi até as últimas consequências pela plebeia. Sem culpa. Seu sangue. Sua dor. Mãos e pés transpassados. Uma cruz. Tudo. Tudo por ela. 

Mas o que parecia fim, não era. A morte do príncipe despertou a plebeia do sono profundo. Do egoísmo. Cegueira. Indiferença. Da solidão. Ela pôde finalmente se ver em meio a trapos. Joelhos ralados. Cicatrizes. Medos. Pés cansados. Sua realidade e seu estado eram assustadores. E então ela se lembrou do Rei. Do sussurro que ouvia nas noites em que chorava, e que dizia: 'Filha minha, que saudades tenho de você', mas que ela nunca teve coragem de acreditar que era real. Que o Rei ainda se lembrava dela. Que ela poderia ser perdoada. Que haveria uma nova chance. Uma nova história. Um final feliz. 

"'Mas e agora?! O Príncipe esta morto! E por minha causa! Por mim! Pelas minhas culpas! Estaria tudo acabado?', dizia ela, já sem esperança. Seria um beijo que poderia ressuscitá-lo? Não. Já estava consumado. 

Mas o que parecia o fim era o começo. O que era morte transformou-se em vida. Algo aconteceu. Após três dias, a terra estremeceu. E, se súbito, ouviu-se um suspiro. Era o Príncipe, que reviveu. 

E a plebeia, ainda desnorteada, não se continha: 'Ele viveu! Ele viveu!', gritava ela, entre soluços e arrependimento. Mas Ele, ao vê-la, já não a chamava mais de plebeia. Mas de filha do Rei. Noiva. Princesa Dele." 

E agora, você pode estar me perguntando: "Mas cadê a típica frase do 'E foram felizes para sempre"?. Não. Essa história não termina por aqui. Na verdade, essa história continua em você. Hoje, o Consolador - Aquele amigo do Rei - continua a ensinar a princesa sobre se desvincular com o passado e adquirir a cultura do Seu Reino, o céu. Até que o Príncipe volte, já que este precisou voltar para o Seu Reino, pois está preparando o lugar para que a princesa possa morar com Ele por toda a eternidade. 

O "Felizes para sempre" é uma história real e prometida a você, há anos atrás. O Rei é Deus. O Príncipe é Cristo. O Amigo Consolador, o Espírito Santo. Enquanto a princesa - antes chamada de plebeia, somos eu e você. A humanidade que se perdeu. Mas que no fim, só cabe a você decidir qual história vai quer viver. 


 "A busca acabou, se realmente entendermos que Ele é o próprio Amor" - Laura Souguellis.
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domingo, 10 de setembro de 2017

Enxerguei no calvário

No calvário foi onde eu enxerguei pela primeira vez.
Na qual, eu nunca tinha visto nada antes.
Passei a vida inteira vendo borrados. Sombras. Sombrio.
Mas foi no calvário que eu vi.
Vi pela primeira vez.

Vi dor. Vi sangue.Vi cruz.
Vi um homem sendo torturado. Exposto. Confrontado.
De rosto pelo qual me parecia familiar.
Aquela sensação de saber quem Ele era. Como se já nos tivéssemos visto antes.
Mas Ele me viu. Eu não. Ainda não.

Antes, Ele para mim era só um borrão. 
Mas para Ele, eu já era conhecida desde a fundação do mundo.
Desde a criação daquela colina. Calvário. Lugar de dor.
Para Ele, eu era conhecida pelo nome. 
Meu nome.

Mas na verdade, me vi naquele homem.
Naqueles olhos cansados de lutar.
Naquele julgamento. Peso. Solidão.
Naquela imensidão de confusão. 
Naqueles gritos engolidos. Abandono. Desilusão.

Mas também me vi como os soldados que cuspiam em seu rosto.
Nas correntes que açoitavam o seu corpo nu.  
Nos insultos que atingiam a sua alma vulnerável. Frágil.
Na coroa de deboche que perfurava a sua pele.
Nos pregos que ultrapassaram suas mãos que me curaram e seus pés que sempre correram para mim.
E que antes, eu não vi.

Mas de repente, Ele me viu. 
E eu pude enfim me ver em seus olhos.
Ele olhou para mim como quem já estava cansado de suportar o insuportável.
E mesmo com tanto sangue enchendo os seus pulmões, ele resolveu arriscar.
Palavras do homem de dores:
"Pai, perdoa-lhes. Eles não sabem o que fazem".

Houve um último suspiro. 
Sua cabeça enfim abaixou.
Seu corpo ferido relaxou.
Seus olhos cansados fecharam.
Seu coração ferido, sossegou.

E de repente, tudo se calou.
Silêncio no Lugar da Caveira.
Cheiro de morte.
Mulheres choravam ao fundo.
Assim como um amigo seu. Por saudade de repousar em seu peito.

Mas o sol das três horas da tarde se escureceu.
Porque as cerca de seis horas de dor cessaram-se. 
Ouve-se um estrondo. A terra se partiu.
E o coração do Pai, também.
E uma voz interior cochichava.
Foi por mim. Foi por você.

Mas um inocente havia sido morto naquela cruz.
Em meu lugar.
Algo estava errado. Algo não fazia sentido.
Como alguém sem culpa poderia morrer por alguém culpado?
Errado.
Era pra ser eu.


Rompeu-se.
No terceiro dia uma rocha rolou.
E com ela a minha escuridão cessou.
Pude ver os olhos mais bonitos de toda a minha vida.
Claros, como águas cristalinas. 
Que levaram embora meus medos. Minhas dores. A minha culpa.

Olhos de amor. 
De perdão.
De solução.

E Ele me chamou de filha.
De sua filha.
De sua irmã.
De seu amor.

Mas eu ainda não entendia. 
Quem era aquele homem?
Era de fato alguém real?
Porque havia feito aquilo? Ainda mais por mim?
Não fazia sentido.

Mas Ele pegou na minha mão.
E a sua voz. Irresistível. Certeira como uma flecha.
Disse que a cruz era uma prova de amor.
De um amor eterno.
Que permanece. 

E Ele me disse que aquele amor não dependia de mim.
De quem eu era.
De quem eu sou.

Foi então que Ele me pediu em casamento.
Naquele lugar. Que antes fora de dor.
Mas agora, era de alegria.
Esperança. Vigor.
Porque tudo se fizera novo.
E minha vida já não era mais a mesma.

Então eu aceitei o pedido.
Pedido pelo qual eu nasci para aceitar.

E Ele me disse que ia preparar um lugar.
Para morarmos.
Para sempre.

E que tudo ia ficar bem.
Porque Ele iria embora, mas deixaria uma parte Dele comigo.
Um doce amigo.
Que me ajudaria a enfrentar as coisas por aqui.

E então eu segui com meus pés renovados.
Descansados. Mas já não mais descalços. 
E com meus olhos abertos. 
Seguros. Certos de tudo o que eu vi.
Enfim tinha um motivo. Um caminho. Uma verdade.
Um propósito de vida a seguir.

E eu sigo este caminho esperando um dia encontrar aqueles olhos de novo.
Mas me lembrando que tudo começou no calvário.
Naquele lugar em que eu vi
O vi
E me vi
Pela primeira vez.

Jesus.
O meu Jesus
Ali
No calvário
Por mim.


Créditos/foto: Tumblr: zonadeatrito

"Tu viste quando os meus ossos estavam sendo feitos, quando eu estava sendo formado na barriga da minha mãe, crescendo ali em segredo, 16tu me viste antes de eu ter nascido. Os dias que me deste para viver foram todos escritos no teu livro quando ainda nenhum deles existia" Salmos 139:15-16.

"Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus". Hebreus 12:2
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terça-feira, 8 de agosto de 2017

Quero ficar

O amor “Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” 1 Coríntios 13: 7

“Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.” Salmos 23:6

Seu amor me encontra e me faz esquecer quem eu sou. E só consigo pensar em como retribuir tanto amor assim. Então uma voz dentro de mim clama: Apenas me ame de volta, com tudo que você tem, com tudo que você é. Desapegue de si mesma pra se encontrar em Mim. Apenas olhe para o madeiro. É de lá que jorra todo o amor do mundo.
Então eu olho, e mesmo em meio a tanta dor, Você sorri pra mim. E entendo que não preciso mais de aprovação alheia, de chamar atenção, de mendigar amor. O único amor que necessito está diante mim, olhando em meus olhos e me chamando: filha, vem!

Corro ao Teu encontro como uma criança com saudade de casa. E quando Você me abraça, entendo onde devo morar. Seus olhos me fitam com uma compaixão de outro mundo, enquanto Seus lábios completam: Senti saudade.

Eu também senti. As feridas em meu corpo mostram que eu nunca deveria ter partido. Então percebo que Você me esperou todo esse tempo. E de repente não quero mais outro lugar que não seja em Ti.

Pulo em Teu colo enquanto peço: Pai, me deixa ficar aqui pra sempre?
Você sorri e conta um segredo: Este lugar é seu desde o início de tudo.

Com meus olhos marejados e sem conseguir falar, apenas encosto a cabeça em Seu peito e escuto o som do coração que um dia parou pra que hoje eu pudesse escutá-lo bater.


"Respondeu Jesus: " ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento." Mateus 22:37,38
- Pai, sei que nada que eu fizer por Ti será o suficiente, mas quero te amar até que nada mais importe. Até me livrar de tudo que ainda me prende. Até ser totalmente consumida pelo amor que me atrai.

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quinta-feira, 13 de julho de 2017

Mares agitados

"[...] Levantou-se um forte vendaval, e as ondas se lançavam sobre o barco, de forma que este ia se enchendo de água. Jesus estava na popa, dormindo com a cabeça sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e clamaram: "Mestre, não te importas que morramos?" Ele se levantou, repreendeu o vento e disse ao mar: "Aquiete-se! Acalme-se!" O vento se aquietou, e fez-se completa bonança. Então perguntou aos seus discípulos: "Por que vocês estão com tanto medo? Ainda não têm fé?" Marcos 4:35-40


Só Você sabe acalmar os mares agitados dentro de mim tão bem...
Porque Você desvenda o meu coração e vê aquilo que ninguém mais vê.
Você vê meus sentimentos e dores egoístas, talvez muito insignificantes para as outras pessoas.
Mas não pra você.

Obrigada por ser a minha melhor companhia.
Seja nos dias confusos, onde você segura o meu coração.
Seja nos dias incontestáveis, em que você me ensina a enxergar a beleza da vida.

Da Sua vida.
Vida Sua em mim.
Vida que Você me deu.

Obrigada, Senhor
Por eu ter em Ti tudo o que eu preciso.
Por ser Aquele que traz sossego a minha alma.

Que faz tudo parar aqui dentro de mim
Mesmo quando está tudo tão agitado por aqui
Mesmo quando é tão difícil ouvir Sua voz.

Obrigada por sossegar meu coração
Como só Você sabe fazer.

Com palavras tão suaves, tão Suas.
Tão norte em tempestades longas.

Tão vivas
Profundas
Furiosas.

Puras
Demostrações
Do Seu amor por mim.

Obrigada por acreditar que eu posso ser melhor mesmo quando eu já não tenho forças pra isso.
Mesmo quando não sou o que eu quero ser.
Ou o que Você quer que eu seja.

Obrigada por me compreender.
Pelo olhar tão doce que, hoje, eu já não posso mais ficar sem.
E que faz meu coração arder por melhorar.

E voltar
Todos os dias
Pra Você.

Porque
Afinal
Você é a minha canção favorita no mundo todo.

É as viagens que eu sempre quis fazer, mas não fiz.
É o sentimento de liberdade mesmo sem sair de casa.
É a satisfação de realizar todos os meus maiores sonhos, mesmo sem os ter realizado ainda.

É o coração querendo explodir.
É o sorriso que insiste em sair.
A risada descontrolada.
As lágrimas que insistem em cair.

Obrigada por florescer tanto amor em mim
Vertido e escancarado naquela cruz.

Mesmo a terra estando árida.
Mesmo em meio a minha fé pequena.
Mesmo eu não merecendo.

Mas que seja sempre assim
Em todos os meus dias.

Eu vivendo todas as fases da vida - vida esta que você me deu;
E Você
Acalmando todos os mares agitados
Em mim.


(E que essa oração seja uma verdade em todos os dias que a alma gritar).

"Eles estavam apavorados e perguntavam uns aos outros: "Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?" Marcos 4:41
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